IA: redefinindo a conexão entre marcas e consumidores
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Julho de 2025Compartilhe esta página
IA: redefinindo a conexão entre marcas e consumidores
Julho de 2025As jornadas de consumo deixaram de seguir um roteiro fixo. Hoje, o caminho até a decisão de compra é fluido e cada vez mais impulsionado pela inteligência artificial. Com consumidores interagindo com mais de 130 pontos de contato por dia em dispositivos móveis1, entender essa nova lógica se tornou essencial para marcas que querem se manter relevantes e competitivas.
Neste episódio de AI Conversation, Maia Mau, Diretora de Marketing do Google Brasil, recebe Gustavo Souza, Diretor de Soluções Publicitárias do Google. Eles conversam sobre como a IA está redesenhando o futuro do marketing, ajudando profissionais a criarem experiências mais contextuais, personalizadas e eficazes.
A partir do modelo dos 4S — Searching, Scrolling, Streaming e Shopping —, o episódio explora como novas soluções publicitárias estão acompanhando essa transformação e o que isso significa para marcas no Brasil e em toda a América Latina.
Maia: A forma como a gente descobre, decide e compra mudou completamente. E essas jornadas de consumo já não são mais lineares. E agora precisam de novas formas de a gente fazer o marketing também.
Hoje, a gente vai conversar sobre a inteligência artificial do Google e como ela está conectando marcas e consumidores de uma forma mais eficiente.
O nosso convidado é Gustavo Souza, diretor de Soluções Publicitárias do Google, e a gente vai conversar sobre o futuro do marketing, do consumo e dessa descoberta online.
Maia: Oi, Gustavo, obrigada por estar aqui com a gente hoje. Para começar, eu queria entender como é o Gustavo consumidor e como que você foi mudando ao longo dos anos.
Gustavo: Essa é uma pergunta interessante, Maia. Você sabe que eu acabei de voltar da China. E lá eu comecei a perceber como eu estava usando diferente já as plataformas digitais.
A coisa que eu mais fiz foi abrir a câmera e usar o recurso de ‘circule para pesquisar’, para eu entender o que estava escrito nas coisas, desde um cardápio até placa de aeroporto. A segunda coisa que eu usei demais foi o modelo do Gemini Live, que permite você abrir a câmera e mostrar o seu entorno e conversar com o modelo em tempo real para entender as coisas que estão ali ao seu respeito.
Eu usei o Gemini desde guia turístico e até mesmo, uma curiosidade, para achar onde estava o banheiro no aeroporto, para eu entender, porque eu não estava entendendo as placas, e ele me guiou até o lugar certo ali naquele momento.
Maia: Como profissional de marketing, a gente precisa estar pronto para lidar com essas mudanças do consumidor. Então, como, para você, tem sido ver essas soluções? E como as soluções do Google estão prontas para essa nova fase?
Gustavo: Você tocou num ponto fundamental agora. Você sabe que a gente, como profissional de marketing, aprendeu a colocar o consumidor em caixinhas. Faz tempo que o consumidor não respeita mais as caixinhas.
Atualmente, os consumidores interagem com mais de 130 pontos de contato diferentes em dispositivos móveis em um único dia. E eles fazem isso de uma forma totalmente fluída, transitando entre diferentes plataformas para conhecer marcas e tomar decisões de compra.
Maia: É isso mesmo, Gustavo. São esses o que a gente chama de 4 “S”: o searching, o streaming, o scrolling e o shopping. E o consumidor vem fazendo isso tudo ao mesmo tempo.
Gustavo: Exatamente isso. Você sabe que esse modelo dos 4 “S” é muito útil para a gente entender as grandes mudanças de comportamento que aconteceram nos consumidores.
A primeira grande mudança é relacionada aos dois primeiros “S”, de streaming e scrolling. Essa mudança aconteceu durante a pandemia. A gente ficou trancado em casa e se cansou da programação da TV linear, que era muito repetitiva.
E aí os brasileiros encontraram no streaming uma nova forma de consumir conteúdo mais personalizado e alinhado aos seus interesses. E o YouTube se tornou a principal plataforma de consumo de conteúdo de streaming no Brasil.
Bom, a segunda grande mudança aconteceu com o surgimento dos modelos de inteligência artificial, e a terceira grande mudança é, na verdade, a combinação de tudo isso. É o que a gente chama de uma busca multimodal e contextual, que entende o que está ao redor do usuário e permite a ele conversar diretamente com um modelo de IA por meio do Gemini Live, como eu já comentei aqui dos usos diferentes que eu pude fazer na China.
Maia: Bom, Gustavo, disso tudo que você contou, faz sentido essas evoluções todas do produto para acompanhar essa nova jornada do consumidor. E aí a gente está vendo como a busca deixa de ser só um lugar para aquelas perguntas e respostas diretas e a inteligência artificial entendendo cada vez mais a intenção desse consumidor, onde ele está, em que momento dessa jornada que ele está para poder mostrar os conteúdos mais relevantes.
A gente está vendo essa transformação também no YouTube, que além de ser uma plataforma enorme de streaming, vem avançando também com os formatos mais curtos de "Shorts" e vem trazendo uma audiência que não estava em outras plataformas. E essa combinação dá um superpoder para o marketing, que agora vai além das palavras-chave. Bom, então olhando para essas soluções que a gente aqui tem, como é que os profissionais de marketing podem usar esses superpoderes agora com inteligência artificial?
Gustavo: Aqui no Google, a gente começou a usar a inteligência artificial nos nossos produtos publicitários desde 2015. E, desde então, a gente evoluiu muito e lançamos o que chamamos de produtos universais de inteligência artificial. Ou seja, você pode ali só colocar o seu objetivo de marketing e materiais que falam sobre seus produtos e serviços e os clientes que você está buscando.
E o Google faz todo o trabalho de segmentação de público-alvo, definição de lances de custo por impacto por usuário, personalização das peças em escala e mensuração de resultados, além de fazer também recomendações de otimização automáticas para os anunciantes.
Isso permitiu que hoje mais de 70% dos anunciantes do Brasil já usem inteligência artificial do Google para encontrar consumidores de forma mais ampla nas buscas, indo além dos termos óbvios e impactando os consumidores em diferentes jornadas nas diferentes plataformas do Google.
Maia: Bom, para fechar, a gente sabe dessa empolgação dos brasileiros com a inteligência artificial. Como você vê as oportunidades para os anunciantes aqui no Brasil?
Gustavo: Olha, Maia, quando a gente olha para o Brasil, a adoção de IA tem avançado bastante, mas ainda tem muito espaço para crescer. Hoje, por exemplo, só 55% das empresas brasileiras já estão usando IA.
E elas usam principalmente para construir estratégias de dados, conectar sistemas e ter uma visão unificada do cliente. Isso tem trazido muitos benefícios concretos, com até 25% de melhoria na eficiência do marketing e das campanhas.
Mas a gente vê que ainda tem muita oportunidade para evoluir. Aqui no Brasil, o mercado já está entendendo que quem acelerar nesse caminho de adoção de IA vai estar cada vez mais preparado para navegar essa jornada de consumo cada vez mais complexa.
Maia: É, Gustavo, porque é isso que a gente quer: que as marcas entendam essa jornada do consumidor e que o produto apareça realmente quando faz sentido. Acho que essa é a verdadeira função do marketing atual. Obrigada por estar aqui hoje e por dividir tudo isso com a gente.
Gustavo: Obrigado pelo convite, adorei o nosso papo.
1 Google/Measure Protocol, U.S., Análise da Jornada do Consumidor, consumidores online acima de 18 anos, n=370 usuários de Android, 24 de outubro a 6 de novembro de 2024.
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